sábado, 26 de fevereiro de 2011

Diários de Calico #11

Se havia um prazer da vida que Clarence apreciava era a dança, toda a gente o sabia mas acontecia que ninguém conseguia atraí-la por essa forma de arte, não que ela fosse superficial, muito pelo contrário. De Lil era uma exímia dançarina, de uma classe a nível que ninguém conseguira igualar até então. Acontece que no então chegara o nosso já velho conhecido Patrick Williams, que apesar de toda a sua aura carregada de maldade e patifaria era um categórico dançarino, faceta essa que De Lil até então desconhecia por completo até um pacato dia em que pelo seu Saloon ecoava uma típica valsa austríaca que na altura tanto destoava do típico Swing que era moda.
Não que isso desagradasse por completo a Bill, apesar de tudo o que já relatei dele admito em parte que talvez tenha exagerado… ele tinha em si alguma sofisticação, especialmente a nível de bom gosto musical, não era requintado ou elitista mas sim capaz de se contentar somente com o melhor, e uma suave valsa enchia as suas medidas. Mas qual não foi o seu espanto ao aperceber-se que além de um requintado gosto De Lil também partilhava do seu prazer pela dança, foi então que, pegando a sua mão quase sem pedir permissão; a lentidão do seu suave gesto havia requisitado toda e qualquer permissão possível e imaginária, à qual era timidamente não soube dizer que não.

Executou na perfeição a saudação típica à qual uma ainda atónita De Lil respondeu com a sua, para logo de seguida Patrick tomar delicadamente a sua cintura e estendo a sua mão esquerda, à qual Clarence não teve como recusar, deslizou suavemente pelas velhas tábuas do soalho mas fê-lo de uma maneira tão perfeita que parecia que o chão era o de um dos mais requintados salões de dança da iluminada Viena. Juntos valsejaram durante longos minutos, executando as voltas e contravoltas na perfeição deixara a madame completamente maravilhada mas não rendida, ainda, foi então que quase por magia a música saltara de uma adormecida valsa para um vivo e tempestuoso swing, daqueles dignos de deixar mesmo um experiente pianista à beira do colapso tal era a intensidade com as notas saltavam de tecla a tecla, com que as cordas vibravam no contrabaixo ou com a fúria com o ar corria os tubos do trompete.

Mas nem isso chegava para se equiparar à determinação com que Williams mudara o passo e o ritmo da dança, Clarence não era de todo a praticante mais versada do Swing mas nos seus braços, embalada pelo azul dos seus olhos e o preto dos seus cabelos nenhuma dança parecia impossível ou inalcançável, quer fosse a passos rápidos que permitiam aos seus cabelos meio encaracolados voar livremente ou rodopiando segundo um apoio tão firme que era o corpo de Patrick ela encontrava-se completamente rendida àquele estranho personagem a quem já tanto amava e ainda assim tão pouco conhecia…

Divine Moments of Truth #1

Never be crystal clear to others under the vain expectancy that others will be the same to you, they simply won’t, they’ll just break your crystal and leave its dust on the floor for you to clean.
You can try and be the nicest person possible to the others but trust me, it just won’t take you anywhere, little interest do we take to those willing to waste some of their time help or just standing by us, and why? Because we take it as granted, we know they no matter what will always be there… until the day they won’t.
Being a patient person not always gives you the upperhand in life, in fact, few are the times it does, most of the times it just makes you waste your precious lifetime.
Don’t give a fuck if people blame you of being a mean person, just be yourself and profit eventually will come and in fact, most of the people probably deserved such treatment. Harm others before others harm you, the rest is really not that important.
Stop complaining that someone broke your heart, get used to it because that’s what most people do, they break hearts while some will heal yours, but don’t expect them to do so if you insist on hiding it, they might be healears but they sure as hell ain’t some fuckin’ clairvoyants.
Don’t whine that you feel miserable at some point in your life, chances are you totally guided yourself to the step you currently stand and in fact you already know how to snap out of it, you just don’t want cause you are either too stubborn or idiot to do so, so it’s totally your own fault and stop blaming others for your own stupidity.
When someone tells you ‘I promise’ or ‘I’ll make it my lifetime quest’ rarely expect them not to forget such on the next half an hour but be aware that some people might live up to that promise and you really wouldn’t want to miss someone like that, or would you? Chances are you will, cause you’d be too scared or simply too lazy to give them a chance to prove it.

Diários de Calico #10

Mas se o meu último relato vos faz navegar na mera ilusão de que Patrick e Clarence acabaram juntos então julgo ser meu o dever de vos retirar desse armadilhado pensamento. Em muito boa verdade Patrick Williams era um escumalha do pior que tanta sofisticação e bons modos escondiam de uma forma quase mágica, digno de um mestre do ilusionismo.

Havia uma razão para ele ali estar, ao contrário do que os contos sugiram os príncipes encantados não surgem do nada montados no seu reluzente cavalo branco por entre as brumas primaveris, nem tão pouco eles se destinam a senhoras como De Lil, os príncipes são para princesas e De Lil não era uma nem de perto nem de longe…
Infelizmente de gentleman Patrick Williams só tinha mesmo a fama, era um foragido da justiça que havia assaltado um banco em São Francisco e pelo caminho alvejado mortalmente um pequeno moço que vendia jornais e que por um macabro acaso foi apanhado no meio da troca de tiros entre ele e as forças da autoridade.

Tentando refugiar-se não só das incessantes buscas pela sua pessoa mas também para esquecer a jovem vida que tão abrupta e acidentalmente roubara Bill rumou a Calico, que tal como para muitos outros era senão um El Dorado no meio do deserto.
Apesar da sua falta de escrúpulos não se considerava um rude e cruel assassínio nem tão pouco considerava uma vida humana como um sacrifício aceitável para atingir os seus objectivos e aquele pequeno rapaz de olhos arregalados agora vazados de vida seria algo que lhe perduraria e perseguiria para sempre.


Como já devem ter entendido, Williams é o típico anti herói que apesar de ser um patife encanta com o seu malévolo e misterioso passado, e o facto de ter tão vilmente cessado com uma vida que ia na sua primavera não serve senão para aguçar a curiosidade neste sombrio personagem.

Tal como vós, caros leitores, também De Lil não conseguiu resistir a estes negros encantos e caiu no seu jugo de amor e sedução mas para aqueles que possam pensar que ela o fez sem o menor dos cuidados desengane-se, De Lil cedo percebeu que Williams não era aquilo que tão discretamente tentava aparentar mas percebeu igualmente que havia algo nele que a fascinava e talvez, quem sabe, se tenha deixado iludir sob a ingénua esperança de que o pudesse controlar na impossibilidade de o mudar.

Se mo perguntassem diria que Patrick e Clarence nunca confiaram realmente um no outro, nenhum deles esperava que o outro abdicasse do que quer que fosse em prol do outro, nenhum tinha irrisórias esperanças ou sonhos de uma vida partilhada a dois, viam-se como duas matreiras raposas que, dentro dos limites do humanamente aceitável, tinham uma relação que assentava num entendimento mútuo e respeito mas, até nestes casos o amor pode vir a surgir... Improvável, mas não impossível...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Diários de Calico #9

De todas as histórias e mitos do oeste que teimam em resistir à poeira do tempo havia um que sempre que fascinou as história de amor profundo e vil entre Madame De Lil e o Diabólico Bill, assim era chamada esta velha raposa do deserto, um arruaceiro puro e duro que durante muito tempo se diz ter calcorreado tudo quanto fosse metro quadrado de deserto até por fim ter sido um dos primeiros a fixar-se em Calico.
Conta-se que por essa altura o velho Finn ainda não tinha descoberto esta sua Irlanda do Deserto e que a cargo do Saloon estava uma senhora nos seus quarentas de nome Clarence De Lil, Madame De Lil para a maioria. E como para muitos, foi o amor de perdição de Bill, esse velho foragido não conseguiu resistir à beleza daquela senhora que tanto cantava e encantava mesmo sabendo-se pouco ou nada sobre o seu passado.
Mas falando verdade, De Lil também ficou perdida de amores por este visitante que chegara silenciosamente e não tentando dar nas vistas.

Ele não a perdera de vista um único minuto desde que chegara, havia uma imensa escolha de alojamento mas ele insistiu em ficar ali mesmo, no Saloon, perto do seu novo e aparentemente inabalável amor. Todos os dias descia à mesma hora, oito e meia da manhã, saía, dava os bons dias e rumava á cidade, voltava para almoçar ás doze horas e vinte minutos em ponto, finda a refeição tomava um copo de whiskey irlandês de puro malte e voltava a rumar á cidade para voltar definitivamente por volta das oito menos um quarto, altura essa em que comia algo e se sentava ao balcão do Saloon para não mais dali sair a não ser quando Clarence fechava.
Não falava com muita gente à parte da saudação matinal habitual a De Lil mas também nunca falhava um pagamento, sempre a pronto e sem falta. Toda esta rotina levantou a desconfiança entre os habitantes sobre qual seria o passado de Patrick Williams, assim era o nome verdadeiro desse Bill Diabólico. Uns apostavam em contrabandista, outros diziam que era um daqueles novos chefes de máfia vindos da Europa à conquista da América Selvagem, mas apesar desta divergência havia um consenso, tivesse feito o que tivesse feito, nada de bom poderia algum dia sair dali pelo que a maioria optava por manter a distância, pois... A maioria...

Já falei que De Lil havia ficado, à sua maneira recatada e discreta, perdida de amores por este novo personagem, intrigava-a o passado deste refinado mas misterioso senhor. Por um lado tinha feições rígidas e cansadas, típicas de quem passava uma vida de solo a solo sempre parar mas por outro tinha a educação, a pontualidade e a sofisticação de um puro ‘gentleman’. Se tudo isto não chegasse para fazer qualquer mulher suspirar seus amores aos céus, William era ainda um exímio tocador de Violino e quando disposto a tal, dava um ar da sua graça saltitando com o seu arco corda a corda o seu velho mas belo violino.
Com o tempo a cumplicidade latente entre Bill e De Lil era cada vez mais notória, ele havia perdido a sua feição rígida e esporadicamente esboçava um sorriso de pura felicidade. Havia até quem jurasse a pés juntos tê-los visto, numa limpa noite de Luar a passear pelas ruas vazias de Calico trocando poucas palavras mas imensos olhares.
Se a história for fiel á realidade então as suspeições infundadas de pouco ou nada importavam a partir do momento em que em pleno dia De Lil abandonava o seu saloon, de chapéu-de-sol ao ombro e acompanhada por William para um passeio por aquela espécie de rua que era nada mais que um amontoado de poeira assente. Não se entendia para onde passeavam nem o que tão belo haveria para ver naquele paraíso de pó e prata, quando a ouvi em criança não fazia mesmo sentido, se não havia baloiços nem bolas então para que iam eles andar?

Hoje, 50 anos depois percebo... nem sempre, num passeio, o importante é o destino ou a paisagem mas sim a singela companhia de uma bela rapariga, os olhares que se trocam ou, quem sabe, as palavras que ficam por dizer à custa de um olhar que por vezes recita uma autêntica ode ao amor. E enquanto para um jovem no seu apogeu conversar possa parecer patético, para duas velhas raposas como Bill e De Lil, para eles, recordar era mais que viver, era amar...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Diários de Calico #8

Gostava de quando ela me agarrava pela mão e arrastava a passos rápidos pelas ruas até invariavelmente me levar para um qualquer lugar que para mim não era mais que um terreno desértico com ervas rasteiras ou um amontoado de calhaus numa das muitas colinas que nos rodeavam. Isso agradava-me sobretudo quando percebia a razão de tão desenfreada correria, as razões geralmente prendiam-se em uma qualquer flor que miraculosamente florescia no meio de tanta poeira ou numa pedra que parecia ter sido intencionalmente esculpida para ter a forma da Lua.

Na maioria das vezes dava comigo a pensar se ela não pensaria à pressão em algo para justificar aquele aparentemente injustificável ímpeto; tudo isto para logo de seguida me maravilhar com o olhar fascinado que ela deitava a tudo e perceber que não havia outra intenção da parte dela senão partilhar comigo as notas que para ela eram as mais belas da sonata de Calico.

Pessoas haverão que por esta altura já estarão a rebuscar os seus dicionários para sinónimos pomposos para amor e eternidade e a arranjar maneira de conjugar estes dois termos mas a verdade é que será infrutífero… Ela era tão imprevisível quanto os veios de prata que rodeavam Calico e teimam em se esconder cada vez melhor dos mineiros cada vez mais enfeitiçados pela sua cor de luar; dizer que era amor isso que ela sentia ao me arrastar por esse horizonte seria tolo.

Conhecia-a bem e sabia perfeitamente que nunca alguém com uma alma tão livre se renderia assim, sem verso nem prosa, se assim o fosse não despertaria em mim esse fascínio desde o meu primeiro dia, desde os tempos em que era um pequeno rapaz que acabado de chegar a Calico procurava desesperadamente por alguém. Já me tinha sido permitido vislumbrar o suficiente para compreender que apesar de não conseguir viver sem ela isso não significaria necessariamente que a amava.

Gostava de estar sozinho com ela, fosse a olhar para as ditas flores ou simplesmente deitado nos poucos prados verdes, que existiam à beira do pequeno riacho, enquanto olhávamos para o céu como desculpa para não olhar para o vazio ou quando ela começava a despentear-me mesmo sabendo o quanto isso me irritava, mas ela adorava-o e como poderia eu negar tal prazer a alguém tão belo que com um singelo sorriso me reduzia o mundo a dois olhos, um nariz arrebitado, uma boca tímida de inicio mas irreverente com o passar do tempo ou com os mais belos e selvagens caracóis de cor castanha que alguma vez vira.

Não estava apaixonado, simplesmente não conseguia viver sem ela, o que era pior, pois o amor um dia, tal como tudo acaba e não resta senão a memória, cicatriz mais ou menos profunda. Já o que eu sentia era pior, não ia doer dali a um par de semanas, meses ou anos. Doía já ali naquele preciso momento unicamente com o medo de no dia seguinte ela não ter uma nova razão para uma vez mais me arrastar para apreciar um pequeno detalhe que nos deixasse maravilhados.
Mas ela encontrava sempre algo, havia sempre algo que ela queria que eu visse, cheirasse ou sentisse, entendem agora o quão angustiante era o medo? O receio de um momento para o outro perder tudo aquilo que ela com a sua simples existência me conferia era sem dúvida alguma pior do que o mais desgostoso dos amores, nada há como um grande amor para esquecer outro grande amor.

No caso dela não havia outro grande coração que me pudesse fazer esquecer o seu...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Diários de Calico #7

Na minha infância em Calico vi muitos nascer do Sol, gloriosos e imponentes sobre as selvagens montanhas que eram as fieis guarda-costas de Calico contra os temíveis ventos e areias do deserto, que se reflectiam sobre tudo desde as pequenas e insignificantes areias, os vidros da casas; que de uma forma desordenada estavam plantadas ao longo do caminho. Era um aspecto do quotidiano, nada de relevante para uma qualquer pessoa numa qualquer cidade mas em Calico, sabia tão diferente, talvez o saiba agora pela saudade talvez já o sentisse na altura. A verdade é que em Calico tudo parecia ser diferente, era como se soubesse à partida que nada daquilo duraria para sempre; seria um sonho de uma quente noite de verão que apesar de agradável e apetecível teria de acabar para um novo dia nascer.

Foi essa uma das primeiras impressões que causou em mim enquanto descia os degraus da cansada locomotiva que durante horas acelerara furiosamente entre as áridas e inóspitas terras do deserto de Mojave. Lembro-me que chegara mesmo de manhãzinha a tempo de presenciar o nascer do Sol que primeiro timidamente e depois com convicção escalava essas montanhas que eram rainhas num horizonte plano e com uma vastidão como nunca vira. Gostei, aliás gostar é pouco… tocou-me com uma tamanha intensidade, era tão bonito que doía. Provocava-o tão somente a mera possibilidade de um dia ser privado da maravilha que me acabara de ser permitido vislumbrar.

E por mais anos que viva, por mais sítios que visite uma coisa é certa: poucas coisas nesta vida se poderão comparar à unicidade que era aquele rápido relance matinal do sol a acordar levemente as montanhas de Calico com o seu leve beijo de luz.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Diários de Calico #6

Longos e resplandecentes eram os carris, negras como o breu eram as solipas, longínquas e árias eram por vezes as terras às quais chegavam, cruzando um território que de selvagem, nos dias que corriam tinha mais a fama que o proveito.
Cruzava rios, saltava penhascos, voava sobre ravinas de perder a vista para longo de seguida mergulhar na rocha escura e sombria.
Inúmeros foram os metros de terra que calcorreou, entre destinos e entre vidas, entre negócios e amores, entre guerra e paz, dia e noite, entre tudo e entre nada.

Para muitos uma fria máquina de ferros cuja negra nuvem cortava e destruía paisagens sem fim, para outros um imponente ‘puro sangue’ de madeira e aço que a toda a velocidade cruzava o deserto entre os uivos do vento e os gritos de guerra desses selváticos peles vermelhas que hoje em dia são não mais que objecto de ficção nos filmes e que então eram um medo constante. Apesar das divergências não havia ninguém capaz de se lembrar e afirmar não se tratar de uma das mais brilhantes e engenhosas invenções do génio humano e um dos grandes fundadores e impulsionadores de Calico.

Como em qualquer outra cidade que tenha nascido como Calico tudo começou com uma singela linha negra a contrastar com o amarelo do deserto. Primeiro um pequeno apeadeiro de carga que servia a mina e os seus mineiros que nos primeiros tempos repetiam aquela diária jornada férrea ao clarear da aurora e ao último raiar do crepúsculo nas carruagens já marcadas pela idade e pelos assobios alegres e carregados de uma melodia que só quem se aventurava terra a dentro compreendiam e partilhavam.

Eventualmente tomou-se a decisão crucial, era preciso que algo mais se desenvolvesse ao redor do pequeno apeadeiro, primeiro uma estação de correios, seguido de um telegrafo, um pequeno café, uma pousada e aos poucos Calico começava a surgir num mapa que antes só contava com terra. O velho apeadeiro de madeira dava lugar a uma nova estação com pedra polida e vidros não baços que espelhavam a alegria no rosto de todos quantos ali chegavam á procura de uma nova etapa de vida.

Sempre foram um indicador constante do estado de Calico os seus inicialmente reluzentes carris que com o passar dos anos e com o consequente malfadado abandono de Calico viriam a escurecer e a não conseguir salvar as suas outrora novas solipas da podridão.

Mas nem tudo foi infeliz nesta nobre linha férrea, muitos foram os momentos de alegria que deu á cidade, como a primeira vez que nela viajei com os meus pais rumo a um el dorado que apesar de toda a adversidade achávamos existir em Calico, e durante vinte anos esse paraíso de facto existiu, e todos os devemos à fiel locomotiva que apesar da idade nunca por um dia falhou um destino, essa robusta, infalível. e incrível peça de engenharia.