domingo, 21 de dezembro de 2008

Reescrevendo: Fantasmas Passados



Imaginem o aspecto de um mundo após um conflito global: pobreza, países arruínados, nos quais reina a mais pura e simples anarquia. Um mundo que acorda todos os dias na expectativa de aquela realidade ser apenas mais um sonho mau, um sonho do qual irá eventualmente acordar e então tudo estará coberto por prados verdejantes, vislumbrando-se no fundo a típica montanha gelada.
A palavra normalidade perdeu o significado(ou pelo menos o que consta de um qualquer dicionário). Nada pode ser normal num mundo no qual o dia seguinte é em tudo idêntico ao anterior.

Nada excepto o moroso e fastidioso fluir da hora. Nada é mais certo ou fatal em tal mundo.
Acontece que, desta vez, nada do que tem lugar é devido a um conflito. È algo que ainda permanece envolto em mistério e para o qual nunca ninguém achou uma explicação. Esse mundo simplesmente acordou e apercebeu-se de que tudo estava diferente. O Sol já não brilhava nem os pássaros cantavam de manhã, os céus eram cobertos por pesadas nuvens, aqui e ali soberbos relâmpagos trovejantes rasgavam os céus.


E se eu vos dissesse que nesse mundo existia alguém capaz de mudar tudo isso? Sim eu sei, fechariam logo a página e seguiriam com as vossas vidas, mas não o vou dizer pois estaria a intrujar quem eventualmente esteja a ler.

Um homem não faz a diferença, quanto muito contribui para ela, quem tentar convencer o ser humano do contrário é, obviamente, insano.

No entanto, nesse mundo não faltaria quem acreditasse em tal boato. É sempre bom existir esperança, mesmo quando sabemos que é impossível. (É isso que motiva o homem, desde sempre e para sempre). E não faltaria, logicamente, quem forçosamente se candidatasse ao posto; é um aspecto predominante e fascinante da nossa raça. Queremos sempre ser algo mais do que singelos humanos com as suas limitações biológicas. Acha-se sempre que não se pode ser algo tão limitado num mundo colossal.

Tudo nesse mundo estava envolto em mistério, desde onde se vinha até para onde era suposto ir parar.

Muitos foram os que em vão o tentaram compreender, e o resultado era sempre o mesmo. Eram encontrados inanimados sem razão aparente. O corpo estava vivo, o sangue fluía rápido pelas veias, o coração batia; mas a expressão facial era sempre a mesma: de congelamento.
Parecia que essas pessoas tinham sido simplesmente 'paradas' no tempo, como se tivessem ficado confinadas aquelas fracções de segundo para uma eternidade incerta. Um fado, portanto, pior do que a própria morte.
Para muitos a morte representa libertação, da alma, espírito ou o que lhe quiserem chamar, não sendo morte, o destino dessas pobres almas, esse sim, é uma prisão. A mente permanece confinada à imobilidade de um corpo que já não atende aos pedidos do cérebro..

Se ao ínicio eram acontecimentos isolados, a certa altura algo aconteceu e passou a afectar quem, de uma maneira ou de outra, esteve envolvido nessa busca, desde simples pessoas que financiaram pesquisas, até aos responsáveis pelas mesmas. Parecia que algo ou alguém não queria que tal assunto fosse sequer tocado. Todos estes acontecimentos, aparentemente paranormais, provocaram um medo que rapidamente se tornou global, tal e qual como a miséria.

Ao longo dos anos, em grande parte devido ao medo (essa kryptonite dos bravos) o assunto caiu no esquecimento. O mundo foi recuperando como lhe foi permitido e eventualmente tornou-se um local melhor, não como muitos ainda preservavam na memória, mas certamente melhor do que as montanhas de betão desfeito de outrora.

Nos dias que corriam, os tempos de escuridão nada mais representavam do que uma leve e distante recordação que muitos tentavam a todo o custo esquecer, a qual não demorou até ser convertida em mito pelos diversos cultos. Desde os mais levianos e razoáveis que aceitaram esses tempos da mesma maneira como aceitaram a idade do gelo ou a extinção dos dinossauros (designando-os como a 'Idade da desolação') até aos mais extremistas (esses que consideram que todos os males do mundo são uma qualquer punição de uma força metafísica, seja ela um Deus ou uma pedra cósmica) que os designaram como sendo a punição divina à podridão humana. Havia ainda quem considerasse esses tempos como sendo: 'As Portas do Apocalipse'. Tolos, sabiam lá eles que tempos haviam sido aqueles, quanto mais a que se deviam.

Como todo e qualquer acontecimento também este havia sido catalogado como algo 'passado e irrelevante'. E assim, caindo no esquecimento total e mantido apenas nos corações dos velhos livros poeirentos das mais antigas bibliotecas, era como se esses tempos não tivessem existido. Vários anos de história humana tinham sofrido assim o mesmo destino que as pobres almas que os tentaram compreender: o congelamento no tempo.

Mas como já deve ser notório por esta altura, a única coisa capaz de escapar ao congelamento no tempo é o próprio tempo, e esse foi o primeiro grande erro do homem...




(e talvez o último).

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Fantasmas Passados 1976 - Capítulo II - Xadrez Humano

Manuel saira do bar era já noite cerrada, aquele enorme sobretudo dava-lhe um ar imponente, fazia lembrar os antigos oficiais da Wehrmacht, as nuvens que haviam permanecido naquele imenso céu durante todo o dia haviam desaparecido e agora era possível ver o céu totalmente estrelado, no entanto havia-se levantado uma ventania incomodativa, a qual indicava que as nuvens voltariam, quem sabe se os seus problemas que agora pareciam tão afastados não voltariam também, e este presságio foi tomado como uma certeza.

Passada após passada, cruzava aquela cidade que apesar deserta e ainda mais escura parecia convidar para um longo passeio de modo a desfrutar de uma calma que de dia não existe. Enquanto passava por um parque reparou em 2 pássaros empoleirados num ramo e encostados um no outro...Agora até uns quaisquer animais troçavam da sua solidão, que raio se passava, porque razão tudo isto estava a acontecer tão subitamente, durante dez anos nada nem ninguém lhe haviam suscitado comportamentos ou emoções humanas, nas 6 horas passadas tudo parecia ter voltado à vida em si, as emoções, os sonhos, até os medos que há dez anos o haviam abandonado de tão tormentosa que era a sua mente.

Deu mais uns passos até que reparou em alguém que se encontrava sentado num muro á beira rio, curioso aproximou-se na esperança de pelo menos poder partilhar da companhia e daquele luar sombrio.
Chegado ao pé do vulto sem ter dito uma única palavra apenas ouviu:

-Venho para aqui acima de tudo ouvir, e que ouço eu? O silêncio da noite, os gritos mudos das folhas que caem em direcção ao rio ou das gotas de água que escorrem pelos candeeiros, o pó que sozinho se levanta e viaja até onde o vento o levar... Sim... Para ouvir...
Ouvir o que normalmente não tem som, ver o que não pode ser visto, sentir o que não existe, ser o que não fomos...de pouco adianta agora, até um dia destes meu jovem...e lembra-te, não existe o nunca.... Apenas uma infinidade de contradições...

Dito isto afastou-se deixando Manuel profundamente calado mas ao mesmo tempo surpreso, há muito que não ouvia algo assim, aquela voz rouca e grave dava a ideia de uma pessoa de idade mas o entusiasmo com que havia sido dito sugeria alguém jovem e ansioso por viver, este antagonismo era realmente inquietante, sem ouvir com os olhos sentia-se perdido, não sabia se deveria considerar aquele monólogo como um legado de toda uma vida gasta ou a expectativa de toda uma vida pela frente Seria um ensinamento ou um devaneio tolo? Estava realmente tudo contra ele, mas que fazer? Sentia-se pequeno perante aquelas palavras ditas de forma serena mas sólida.



Ele é que se havia aproximado do vulto, não havia sido chamado, ouviu porque queria ouvir, no fim de contas era isso que pretendia de inicio, ouvir, e naquele momento ouvia muito mais do que alguma vez ouvira, o silêncio parecia mesmo murmurar algo para com as folhas ou as gotículas de água, quem sabe se não seria a história daquele estranho personagem que... nesse momento reparou em algo a abanar levemente ao sabor daquela brisa que se havia levantado, um papel, OUTRO PAPEL! Apressara-se a agarrá-lo antes que este tivesse oportunidade de fugir para longe dali, desdobrou-o e numa letra algo ilegível conseguiu ler:

"Através das eternas ondas do tempo ele virá
tal como da pequena onda nascerá a tormenta"

Ficara simplesmente petrificado, agora mais do que nunca estava convencido que aquele homem não havia dito aquilo apenas para parecer bonito, ele sabia algo que lhe escapava, era necessário a todo o custo achá-lo, mas não seria àquela hora nem tão pouco naquele estado que o faria, era preciso cabeça fria acima de tudo. Optou por isso por guardar aquele estranho papel e analisá-lo novamente mais tarde.

Enquanto caminhava mais decidido do que nunca a fechar aqueles dez anos da sua vida e com eles todos os demónios que deles se alimentavam, uma enorme melancolia tomou posse sobre o seu corpo durante os minutos que se seguiam, era muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, para muitas ainda não havia arranjado uma justificação nem tão pouco uma razão, estava completamente as escuras, tal e qual como a rua para onde se dirigia...

A meio da rua apercebera-se de que estava a ser seguido, conseguira distinguir três vultos por entre as sombras mas nada lhe garantia que não houvessem mais, seria totalmente irreflectido correr ou executar qualquer acção... Estava preso num xadrez humano que não pretendia jogar e como é sabido, as brancas começam...

C O N T I N U A

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Fantasmas Passados 1976 - Prelúdio.

Era uma fria tarde de Novembro, por entre as poças de água e olhando para as fachadas sombrias de velhas casas abandonadas, das quais apenas o tempo tem noção da idade, alguém andava como se não soubesse ao certo para onde se dirigir, agora que pensava nisso não sabia bem porque razão caminhava tão apressadamente, tinha tempo de sobra para aquele encontro, eram dezassete horas e vinte e cinco minutos, havia combinado ás dezoito horas e trinta minutos à porta daquele já familiar edifício, era quase uma segunda casa para ele(não pelas melhores razões), tempo era o que não lhe faltaria contudo, e por uma estranha razão hoje mais do que nunca queria chegar cedo aquele lugar, não sabia bem porque razão mas não ia contrariar tal vontade, os passos largos ecoavam naquela rua, o facto de estar deserta provocava um daqueles ecos típicos de um filme de terror, a isto juntava-se a sua respiração ofegante e estava composta a banda sonora daquele momento...

Uns metros mais à frente a chuva começa a cair, o jovem de 20 anos (cujo nome por agora é irrelevante) apressa mais a passada, nunca gostara muito de chuva, mas naquela altura do ano não vinha mesmo nada a propósito... Lembrava-lhe recordações de criança e da sua mãe, agora falecida vítima dessa sempre malvada tuberculose, custava-lhe especialmente lembrar-se de que desde aquele fatídico dia nunca mais a veria, fazia neste preciso dia dez anos que tal fatalidade ocorrera, e apesar de ter aprendido a viver com isso, era sempre uma data ignóbil, mas esta em particular preparava-se para ser ainda pior, o dia estava a pôr-se de feição para ser uma cópia exacta daquela tarde de Outono de 1986. Quem mais iria estar presente? Desde que perdera a sua mãe ficara entregue ao seu pai até este ter cedido à bebida e a sua tutoria ter sido entregue a uma tia que melhor ou pior o criou. Mas também esta o havia deixado, a vida não lhe era propícia, ainda assim nem por um momento considerara a saída mais fácil, não depois dos sacrifícios que tanta gente fez para que pudesse ter a vida que tinha, não era mais um mal agradecido, tinha de triunfar mas nesse preciso momento a sua confiança e vontade começavam a ser abaladas enquanto era invadido por um misto de recordações dolorosas e marcantes. Naquele momento era ele, só ele...e aquelas ruas vazias que pareciam não ter fim por onde nem o som do vento se conseguia impor, e no entanto ele continuava a caminhar, sem reduzir a passada com os cabelos já molhados e a água a escolher-lhe pela cara tal como um rio que desce uma montanha lenta e angustiosamente.

Eram dezassete horas e dez minutos quando chegou ao seu destino, um hospital. Conhecia-o por ter sido naquele mesmo local que há dez anos lhe haviam dado a triste notícia de que a sua mãe não havia aguentado. Naquela manhã recebera um telefonema a perguntar por ele, foi-lhe pedido que se deslocasse uma vez mais até aquele piso número cinco, sala quatrocentos e nove. Assim o fez...

Quem o atendeu foi uma figura já muito conhecida da sua parte, tinha sido o médico de sua mãe e sua tia quando estas se encontravam em fase terminal, era um homem alto de feições rígidas que aparentava estar na meia ideia, facto que era corroborado pelo seu aspecto facial, barba por fazer, olhos cansados, óculos pendurados ao pescoço pois a idade nem a vista poupa, a sua voz algo rouca denotava um cansaço fora do comum, típico dos médicos que ainda dão algum valor ao estectoscópio que trazem consigo. Havia-o chamado aquele mesmo local onde em tempos o havia amparado com aquelas tristes noticias para lhe entregar algo que lhe havia sido confiado pela sua mãe pouco antes de deixar este mundo, junto com o pedido de apenas ser entregue decorridos dez anos da sua morte. Era um pacote com um aspecto gasto pelo passar dos anos mas que no entanto se encontrava bem conservado e selado tal e qual aquela singela senhora o havia deixado nas mãos do seu bom médico mas acima de tudo, amigo.

Com alguma dificuldade e a tremer abriu o pacote, dentro achou uma velha moeda que reconheceu prontamente e um terço enrolado ao que parecia ser um papel com algo escrito. Ao desenrolá-lo notou que algumas palavras não se notavam e no fim havia uma grande mancha de tinta como se a pessoa que escreveu tal coisa tivesse largado a caneta sobre o papel.





Leu o papel e saiu desalmado do gabinete do médico sem proferir uma única palavra, queria apenas chegar a casa, aquele misto de emoções cedo naquele dia quase que pronunciara isto, não queria acreditar que no seu leito de morte a sua mãe tivesse sido capaz de ver com tamanha precisão o que seria do seu filho findos dez anos da sua morte, mas a verdade é que o fez e isso emudecera-o por completo, durante dez anos forçara-se à ideia de que conseguiria ultrapassar isso mas o facto é que não conseguira e aquela carta aparentava ser muito mais do que apenas uma mera previsão. Acreditava que algo mais estaria encerrado naquelas linhas escritas a pena mas não o aceitava. Decidiu parar pelo seu bar habitual para tomar alguma coisa e se refazer do choque a que tinha sido sujeito. Pediu um Whiskey duplo enquanto por uma vez mais desenrolava aquele pedaço de papel. Uma jovem que se encontrava ao seu lado não pode deixar de desenvolver um enorme interesse por aquele vulto, a maneira como estava vestido( em tons escuros como se toda a alegria se lhe tivesse sido tirada) aliada á sua constituição física e à sua expressão fácil tornavam-no de entre os alcoólicos daquele bar o mais interessante. A todo o custo tentou perceber o que lia, até que leu algumas palavras e timidamente se dirigiu ao seu parceiro de balcão:
-Bonito poema, é daqueles que se vê uma vez e nos deixam a pensar, tem bom gosto.
-Desculpe, mas conhece este poema?
-Claro, Fantasmas do Passado de Rosário Cavalcante, à primeira vista parece simples mas nas suas entrelinhas reserva muitas dúvidas e ideias escondidas.
-Compreendo.-dizia, enquanto pela primeira vez em muito tempo olhava para alguém de maneira interessada- Quem sabe se não me poderá ajudar, deixe-me oferecer-lhe uma bebida se não se importar...

Pelas três horas seguintes falaram do que aquele poema poderia esconder, a jovem de seu nome Diana aparentava estar realmente a gostar da companhia e Manuel também aparentava corresponder embora de maneira mais dissimulada, certo é que muita coisa se preparava para ser abalada...



Prelúdio

F I M

terça-feira, 29 de abril de 2008

Lado Lunar - Estados de Espírito...



"Não me mostres o teu lado feliz
A luz do teu rosto quando sorris
Faz-me crer que tudo em ti é risonho
Como se viesses do fundo de um sonho

Não me abras assim o teu mundo
O teu lado solar só dura um segundo
Não é por ele que te quero amar
Embora seja ele que me esteja a enganar

Toda a alma tem uma face negra
Nem eu nem tu fugimos à regra
Tiremos à expressão todo o dramatismo
Por ser para ti eu uso um eufemismo
Chamemos-lhe apenas o lado lunar
Mostra-me o teu lado lunar

Desvenda-me o teu lado mauzão
O túnel secreto a loja de horrores
A arca escondida debaixo do chão
Com poeira de sonhos e ruínas de amor

Eu hei-de te amar por esse lado escuro
Com lados felizes eu já não me iludo
Se resistir à treva é um amor seguro
à prova de bala à prova de tudo

Toda a alma tem uma face negra
Nem eu nem tu fugimos à regra
Tiremos à expressão todo o dramatismo
Por ser para ti eu uso um eufemismo
Chamemos-lhe apenas o lado lunar
Mostra-me o teu lado lunar

Mostra-me o avesso da tua alma
Conhecê-lo é tudo o que eu preciso
Para poder gostar mais dessa luz falsa
Que ilumina as arcadas do teu sorriso

Não é por ela que te quero amar
Embora seja ela que me vai enganar
Se mostrares agora o teu lado lunar
Mesmo às escuras eu não vou reclamar

Toda a alma tem uma face negra
Nem eu nem tu fugimos à regra
Tiremos à expressão todo o dramatismo
Por ser para ti eu uso um eufemismo
Chamemos-lhe apenas o lado lunar
Mostra-me o teu lado lunar"



Rui Veloso - Lado Lunar

Nunca uma música foi tão certa...

Obrigado Pandora ^^

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Pandora Box...

E'a uma ta'de cinzenta, a chuva ameaçava cai' a quawque' momento, um vuwto deswocava-se em passos rápidos evitando as poças de água aqui e acowá, as nuvens carregadas anunciavam chove' a quawque' momento, no entanto isso não pa'ecia se' o que mais o incomodava...

No seu inte'ior' uma batalha tinha wugar po' um wado ent'e a sua racionawidade po' oposição ao seu sentimentawismo. Os sentimentos cuwpavam-no dos seus p'obwemas, não tinham quawque' p'obwema em t'espassa' ainda mais a sua f'ágiw mente naquewe momento, ewam incapazes de pensa' que esse vuwto tawvez não tivesse " cuwpas no ca'tó'io " mas e'a tão mais fáciw achá-wo... Convinha a todos... E'a tão fáciw aponta' dedos a um vuwto que não tinha como se defende'... Ninguém p'ocu'ava tenta' pe'cebe' a ve'dade, não e'a p'eciso... e'a cuwpado e ponto finaw...que inte'essava o que o vuwto fizera no passado pa'a tenta' remedia' uma situação da quaw não e'a auto'? A Razão nada podia faze', estava reduzida a somb'as no espaço de que out'o'a fo'a dona e senho'a, estava só numa c'uzada cont'a a indife'ença e a irracionawidade que pa'eciam ganha' mais fo'ça a cada segundo que se passava.

Nesse momento, t'opeça numa est'anha caixa que jazia naquewe chão sujo e ag'este sem razão apa'ente, e'a uma caixa de fo'ma est'anha mas bastante bewa, quaw Caixa de Pando'a convidava o vuwto a abri-wa e descob'i' o que pode'ia esta' no seu inte'io', a vontade e'a g'ande mas o medo supe'ava-a, não sabia o que pode'ia acha' nessa est'anha caixa e sentia que não se'ia nada do seu agrado, mais p'obwemas e'a o que não p'ecisava, no entanto, quando olhou pa'a dent'o de si pe'cebeu que e'a awtu'a de toma' uma atitude e sem hesita' mais ab'iu a caixa, um eno'me amontoado de pó saiu de dent'o desta, a caixa estava vazia, nada mais tinha do que um pequeno pe'gaminho gasto pewo passa' dos anos, nesse pe'gaminho, que ap'esentava sinais de outrora te' sido feito do mais sobe'bo papi'o egípcio da antiguidade... Antes que o seu sub-consciente pudesse pe'gunta' como pode'ia awgo tão antigo existi', o vuwto decidiu we' o pouco que se notava no papi'o, weu então awgo que mudou po' compweto a disputa que tinha wuga' na sua consciência...

"O teu problema não é um factor de defeito ou de qualidade, é uma característica tua... nem sequer deve ser falada"
Foi então que a razão ganhou finawmente fo'ças para submete' os sentimentos irracionais e a igno'ância e toma' de novo o cont'owo sob'e awgo que nunca deve'ia te' pe'dido. Foi então que o Vuwto pe'cebeu que o p'obwema não e'a seu mas sim do mundo que o rodeava...

Foi então que cont'a'iamente ao que espe'ava ao ínicio o vuwto teve fo'ças pa'a mais uma vez e'gue' a cabeça e enca'a' em iguaw nivew o mundo que o rodeava, não deve'ia most'ar infe'io'idade pa'a com ninguém...


Foi dificil ler isto? Pareceu-te problemático? Pois bem... Tu tiveste este problema durante uns 5 a 10 minutos, eu tenho esse problema 60 minutos por hora, 24 horas por dia, 365 dias por ano... Dá-te por contente... Porque a mim é-me praticamente impossivel ultrapassar este problema... Tu consegues...

Tiveste-o por 5 minutos e já te deves estar a queixar, eu desisti de me queixar e decidi aceitá-lo, talvez devesses fazer o mesmo...

Não quero que tenhas pena, apenas que compreendas...



No entanto, também não me estou a dirigir a ninguém em particular, tenho mais que fazer do que ligar a coisas 'superficiais', é um desabafo como tudo o que digo neste blog, quem não gosta já sabe...


Arigatou Pandora, foi com toda a certeza das coisas mais belas que alguém alguma vez me disse, não o esquecerei *









Hasta...

Se não conseguiste ler:

Pandora Box

terça-feira, 8 de abril de 2008

Citações: Vida Estudantil

"Para que a bebedeira da Queima corra realmente bem nada melhor do que ensaiar umas quantas vezes antes..."

Jimmy in 08/04/2008 por volta das 18 horas no meio da baixa sobre uma chuva dos diabos....

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Jogos de Azar...

É de noite, o frio abre caminho pela roupa ajudado pelo vento. Está prestes a chover. Apesar disso tudo o querer não deixa de se prostituir, esperando quedante por um transeunte mais ou menos certo enquanto a razão, essa fica lá dentro, perdendo-se em rios de álcool e jogos de azar.

Nos jogos de azar, pensamos dizer o bem do mal, certo ou errado, na teoria tudo é tão fácil de se discernir, mas quando chega a prática... nada... nada mesmo garante que O consigamos... é tão fácil e cómodo perdermo-nos no meio de tantos Reis e Ases...

... e piscares de olhos, e pontapés debaixo da mesa. E quando o distribuidor de ases se avaria e a batota é descoberta, que a razão cai por terra, então a passos de overdose ganha a banca, ficando com os dividendos da tua alma, para mais tarde distribuir em fichas por colorir a uma multidão de em-breve-a-ser-perdedores.

É um jogo que não ganhas... está viciado, podes conseguir iludir a banca, mas ela apanha-te sempre...talvez devesses desistir enquanto ganhas, mas queres sempre mais e mais, nunca te contentas, tornaste-te um autêntico dependente que queima dose após dose... mas eventualmente esta acabará e aí nada mais restará do que...

...o querer, e com a razão extinguida, o querer fica então à venda num leilão de escalabros onde os fundos serão doados para curar o desespero.E quando chega então o transeunte certo, ergue-se o querer mostrando todo o seu sentir esplendoroso, entram na carroça. E enquanto na parte de trás se perdem nos bancos em tocares maior que o desejo, o cocheiro entretém-se com o cantar da paixão efémera.

Mas no fundo o querer será sempre querer, não será o necessário, não será o bem, ele fará tudo para seu próprio proveito, nada te dando sinceramente, nada no fundo é real, é tudo uma ilusão da qual a tua felicidade dependente, nada mais podes fazer, a não ser não ser lançar a tua melhor aposta neste jogo de azar mesmo sabendo que nunca o ganharás...

É o teu ser na ilusória mesa de apostas, é o suspiro do querer e o morrer da razão ao cair da cortina.

Jimmy & Reverso da Medalha

segunda-feira, 24 de março de 2008

Citações - Auges Espirituais

"Um tipo que é criado por um cientista e uma advogada atinge o seu auge espiritual ao acreditar no Pai Natal..."
by Jimmy, in "Conversas de MSN".

segunda-feira, 17 de março de 2008

Karmacode....



Já se começa a tornar um hábito(um mau hábito diga-se de passagem), se há dias mencionei que me encontrava incrivelmente agradado com o rumo que tinha tomado hoje sinto que fui atingido em cheio por uma Bala de Karma a qual me arrancou por completo grande parte das convicções que tinha...

E neste preciso momento ocorre-me outro 'Deja Vu'... something's wrong...

Poderá algo tão efémero provocar mazelas que durem meses? Porque raio agora... quando tudo aparentava orientar-se para algo do meu agrado... Aquelas palavras simples e ditas de forma calma atingem agora proporções algo assustadoras 'mas esse alguém não sente o mesmo por ti'... Será esse alguém o alguém que eu 'quis' que fosse, ou o alguém que apareceu do nada e me soa a tão familiar?... Há certas coisas que, de facto, não se devem saber, esta era uma delas... Comparativamente a muitas coisas esta numa escala de segundo a hora, teria durado alguns segundos, mas numa escala de intensidade teria um valor alto... O mais estranho é que não existem 'bases' que fundamentem tal razão, nem eu próprio o consigo perceber mas, no entanto, talvez seja um mero fenómeno atractivo o qual não deixa de levantar a curiosidade de tentar perceber porquê...

Agora é aguentar à bronca...

Bem sei que o Karma não toma lados, ao contrário do que nos possa parecer ele é neutro, um constante equilíbrio de forças entre nós e o meio em que estamos inseridos, não só fisicamente como espiritualmente...

Mas a questão é que isto não é apenas uma questão de 'Karma' seria imbecil da minha parte por as culpas das coisas me correrem como correm a um conceito Budista...

Se as coisas correm mal/contra a nossa vontade é porque assim tem de ser, por alguma razão o é assim, porque temos algo a aprender ou porque é necessário que assim o seja...

Tudo se rege pela Lógica, até o Caos...

domingo, 9 de março de 2008

Karma?



Todos os dias me pergunto a mim mesmo em que consiste ao certo o Karma, num sentido mais lato poder-se-ia dizer que é a velha lógica do: 'Do good things and good things will happen to you...'.

Será a coisa tão 'preto no branco'? É que sinceramente toda a vida tentei meter o melhor de mim naquilo que realmente dependia da minha pessoa, no entanto... nada... Era um frustrado (ainda o sou xD ) e parecia que nada do que pudesse fazer poderia mudar isso... Foram 16 anos sem perceber para que raio tinha eu jeito, aquele 'dom' que se diz que cada um possui, à parte de ser um aluno relativamente bom não possuía mais nada de que me pudesse 'orgulhar'...

E agora, no espaço de um mês, tudo me é apresentado como 'um mar de rosas', descubro que sempre tenho jeito para alguma coisa, que posso evoluir ainda mais no que já sabia fazer, tudo se apenas me esforçar...

Este texto já está a ficar demasiado lamexas mas screw it... I told you so x)

Esta coisa do Karma tem que se lhe diga.... Ora é do tipo 'tiro e queda' ora do tipo 'depositas e daqui a uns anos recebes com os juros que rendeu'...Mas pronto mais vale tarde que nunca... Mas pronto, ao menos que dure uns tempos... è estranho mas pronto...

E sinceramente não vou dizer que me desgosta... Aconteceu totalmente sem estar previsto, entrou devagarinho mas depressa conquistou muito espaço, até que por fim mexeu muito fazendo pouco... Karma...

Se isto é um sonho ou algo parecido apenas peço que não me acordem... Sabe tão bem delirar de vez em quando, ainda que possa não ser por motivos mundanos...

sábado, 8 de março de 2008

One Way Down...



a escadaria era abrupta...
a casa da escada que só descia
Para um vazio que aparentava poder levar a qualquer lugar
degrau a degrau, numa caminhada sem regresso em sentido único
sem pensar duas vezes
o medo é evidente mas a motivação essa, é sempre enorme
desces, numa espécie de humilhação consolada
o anjo do nicho olha-te
com um sorriso lânguido
apontando o dedo gordo para baixo
Ele sabe, tu sabes, nós sabemos... Talvez falhes na tua procura
Talvez não...
Mas aquele sorriso frio e calculista arrasa com qualquer confiança

as escadas vão gemendo e estalando a tua dor de falhado
ficou no topo uma vida que quase provaste
mas a decadência é evidente
que razões tens para tal? Cobardia? Medo? Receio?
Podias ter sido Rei... agora és um mero Peão...

fora da mesa...
um pedaço de carne para abutres empalhados
... é o último degrau
que se inclina para te obrigar à queda
uma queda infindável que te engole para uma dimensão que não desejaste
és uma nota músical
que sozinha não tem significado

dás um último olhar para trás
o ébano do corrimão corrói te a pele e o osso
a escada que só desce terminou
olhas e que vês? Memórias... memórias de uma vida que foi tudo menos tua...
uma nuvem de pó invade-te as entranhas
e segurando-te ao portal de pedra soltar um medonho grito
um vómito de asco de ti mesmo
abandonas então a casa,
a casa da escada
que para ti será sempre uma descida



H & Jimmy

Foto: H

quinta-feira, 6 de março de 2008

Better Man

Como já deu para ver, aqui é o espaço onde a minha pseudo-complicada pessoa irá descarregar sobre tudo o que lhe apetece, se não gostam, o botão com o 'X' ali em cim está lá para ser usado.

Para começar, deixo algo que ultimamente tem tido um enorme significado para mim (a lado com a 'Mosquito Song' dos Queens of the Stone Age)




Sometimes she really does me feel like that just by looking to her smille...

(ainda que não seja este o significado 'directo' da música é isso que me faz pensar.

Sim eu sei, para primeiro post está muito fraquinho, mas isto melhora...